Uma cópia de “Birds of America”, de John James Audubon, foi vendida ontem em Londres pela Sotheby’s por 8,7 milhões de euros. Este exemplar do livro mais caro do mundo fazia parte da colecção do Lord de Hesketh e estava previsto que poderia alcançar os sete milhões de euros.
O livro contém os desenhos que John James Audubon (1785-1851), um estudioso das aves, fez nas suas viagens, para observações ornitológicas, pelos estados do Mississípi, Florida e Alabama, nos anos 20 do século XIX. O objectivo destas viagens era reunir ilustrações de todas as aves da América do Norte.
No total, estão presentes no “Birds of America” mais de mil ilustrações de 500 espécies de aves, desenhadas ao longo de 12 anos. Actualmente, restam 119 cópias do livro, 108 delas na posse de livrarias e museus.
O comprador da obra, o negociante de arte londrino Michael Tollemache, disse que o livro é “inestimável”. Há dez anos, uma outra cópia de “Birds Of America” tinha sido arrematada por 6,7 milhões de dólares (cerca de 8,8 milhões de dólares). Foi, na altura, o livro mais caro de sempre.
Quando o leilão foi anunciado, em Setembro deste ano, David Goldthorpe, especialista da Sotheby’s em livros e manuscritos, disse ao PÚBLICO que o que tornava “Birds of America” um livro único era a união de três factores: raridade, dimensão e nível artístico.
A colecção de Frederik Fermor-Hesketh, Lord de Hesketh, não se resumiu à obra do naturalista Audubon. Incluía também uma cópia de “First Folio”, a primeira colecção das peças de William Shakespeare, que a leiloeira considerou ser o “livro mais importante da literatura inglesa”. São conhecidas apenas 219 cópias da obra (estima-se que tenham sido impressas cerca de 750), que foi vendida por 1,8 milhões de euros. O livro data de 1623, sete anos depois da morte do dramaturgo inglês.
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