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domingo, 12 de dezembro de 2010

Conto de Natal

Conto de Natal


Há muitos anos atrás, na bela cidade do Porto vivia uma grande família que era muito rica.
Na altura do Natal essa família refugiava-se em casa e não festejava essa época maravilhosa. Ninguém sabia porquê, mas pensava-se que pertenciam a uma religião diferente.
Numa noite fria e de tempestade, todos à frente da lareira que os aquecia e iluminava, conversavam alegremente até que Pedro, o membro mais novo da família com doze anos perguntou:
-Mãe, por que é que não celebramos o Natal?
Ela permaneceu calada sem saber o que dizer, mas de repente ouviu-se uma voz:
-Celeste, não vamos mentir ao nosso filho – disse Joaquim, pai do Pedro
-Tens razão, ele já tem idade suficiente para compreender! Pedro, há treze anos atrás, na véspera de Natal, o teu primo morreu com uma doença desconhecida. A partir desse dia, achamos que em honra da morte dele, não deveríamos celebrar o Natal.

-Mas mãe, eu quero celebrar o Natal como todas as outras crianças. Quero fazer o presépio, cortar o pinheiro e, principalmente, sentir o espírito natalício.

-Não Pedro, nós nunca iremos celebrar o Natal.
Aborrecido, Pedro correu para o seu quarto. A meio da noite, depois de se certificar que estavam todos a dormir, pegou no seu saco e saltou pela janela. Antes de fugir, o rapaz deixou um bilhete na mesa da cozinha onde deu a conhecer as razões da sua fuga, explicando que fora à procura de uma família que o acolhesse e onde celebrasse o Natal.
Na manhã seguinte, ao ler o bilhete deixado pelo filho, Celeste apressou-se a acordar o resto da família para lhes contar o sucedido.
Por seu lado, Pedro encontrava-se perdido, mas feliz. Só de pensar que pela primeira vez iria celebrar o Natal, não sentia o frio nem a solidão.
Os dias foram passando e a família de Pedro estava cada vez mais preocupada. Já o tinham procurado pela cidade, afixado cartazes em todos os locais públicos e até deram a conhecer o desaparecimento à polícia.
Chegada a véspera de Natal, Pedro vagueava pelas ruas e em todas as casas via grandes famílias a fazerem os últimos preparativos para a ceia. Ao ver aquela felicidade sentiu-se triste, pois ninguém o tinha acolhido e começou a perceber que não tomara a atitude mais correcta ao fugir de casa, pois a sua família só estava a respeitar a morte de um ente querido. Então, ao pensar no mal que fez à sua família, começou a chorar e uma mendiga que o observava há algum tempo, aproximou-se e perguntou:
-O que é que se passa, rapaz?

Pedro contou tudo que se tinha passado desde que teve a conversa com a mãe àquela simpática senhora. Depois de ouvir a história de Pedro, a mendiga ficou muito impressionada e disse:
-Eu chamo-me Catarina e tu como é que te chamas?
- O meu nome é Pedro.
-Pedro, ainda te lembras onde moravas?
-Lembro-me. Eu morava numa casa amarela. Era a maior e ficava à beira do rio Douro.
-Eu sei qual é. Se quiseres, eu levo-te lá.
-A sério?! Eu adorava!
Dizendo isto, ele abraçou-se àquela nobre mendiga. Pedro e Catarina dirigiram-se para casa do rapaz e ,quando lá chegaram, já era de noite.
Pedro bateu à porta e foi a sua mãe que a veio abrir. Ao ver o seu filho, gritou de alegria a abraçou-o com toda a força. Entraram em casa e Catarina foi-se embora, mas Pedro saiu dos braços da mãe e correu a chamar Catarina:
-Catarina, não vás embora. Passa aqui a noite de Natal.
-Sim fica. Tu ajudaste o meu filho a voltar para casa e nada que eu possa fazer vai mostrar a minha gratidão. Adorávamos que ficasses para celebrar o dia de Natal connosco.
-Estão a falar a sério?! Eu adorava ficar aqui convosco - disse Catarina toda animada e quase a chorar de felicidade.
-Ainda bem – disse Pedro a sorrir.
-Pedro, temos uma surpresa para ti – disse Celeste – Eu e o resto da família queríamos pedir-te desculpa porque de certa forma a morte do teu primo não devia ter influenciado o nosso espírito natalício.
- Não, mãe, eu é que estava errado. Vocês fizeram isso em honra da sua morte e eu provavelmente também faria o mesmo.
- Ainda bem que voltaste, meu filho, estávamos cheios de saudades tuas. Mas agora gostaria que viesses à sala para ver o que nós preparámos para ti.
Ao chegar à sala, o rapaz ficou felicíssimo pois viu um presépio e um belo pinheiro. Com saudades, Pedro apressou-se a abraçar todos os membros da família que ficaram muito felizes por o voltarem a ver.
Jessica e Ana Isabel - 8º C

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