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domingo, 12 de dezembro de 2010

OUTROS TEMPOS



Mesmo num mundo à parte, nos altos montes do Norte onde a neve, o frio e as noites longas predominavam, o espírito de Natal reinava. Mas este Natal iria ser diferente de todos os anteriores, pois agora dominava a República.
Nas ruas, o ambiente era outro e agora sem rei nem rainha uma nova esperança surgia, pois para lá da neve e dos dias rigorosos tudo iria mudar num futuro muito próximo.
As casas de olhar escuro, naquela noite, brilhavam com os interiores quentes e dourados. Estes contrastavam com os dias frios e brancos, aqueles sem esperança, quando a vida difícil se sobrepunha, mas ali não, ali o Natal estava implantado, pois não interessava ser-se rico ou pobre, se havia muito ou pouco, se estava frio ou calor, porque a atmosfera que rodeava era, sem dúvida, de felicidade. Até o menino Jesus que olhado por todos sorria, envolto em palha seca, acompanhado por figuras de barro e papéis brilhantes colocados com todo o cuidado.

No ano de mil novecentos e dez, as prendas eram pequenas. Naquela altura, os tempos eram outros, não se vivia com tanta abundância, nem havia tantas condições, mas o espírito era o mesmo porque tudo se comprometia ao amor e à alegria.
Ali vigoravam duas tradições, uma, mesmo nas casas onde não havia fartura era o bacalhau, outra era ir à missa da meia-noite. Os candeeiros acendiam-se, os cânticos ecoavam pelas ruas desertas e a igreja apinhada por todos, tanto da vila como de arredores, era o ponto de reunião.
Mas o que a todos maravilhava era o sorriso das crianças que das estrelas faziam caminhos e da lua grande e branca o seu destino, pois na véspera de Natal a esperança era outra, era maior e mais forte, era a união!

Ana Isabel e Bruno 8ºA

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